A enfermidade e a cura na perspectiva de Deus

INTRODUÇÃO
1.A importΓ’ncia do assunto
NΓ³s somos um ser integral – Lc 2:52 = somΓ‘tico, social, intelectual e espiritual. Martin Luther King diz que a religiΓ£o trata com o cΓ©u e com a terra. Trata com o corpo e com a alma. O pecado nΓ£o sΓ³ separou o homem de Deus, mas tambΓ©m separou o homem de si mesmo. O homem Γ© um ser em conflito, um ser doente, vivendo numa natureza que tambΓ©m estΓ‘ doente e gemendo.
O nosso corpo Γ© importante para Deus – O Pietismo do sΓ©culo XVII ensinou que Deus estΓ‘ interessado na salvação da alma e nΓ£o no bem estar do corpo. Essa visΓ£o falsa Γ© fruto do gnosticismo grego que pregava que a matΓ©ria Γ© essencialmente mΓ‘ e o espΓ­rito essencialmente bom. O corpo Γ© dentro dessa visΓ£o apenas o claustro da alma. Mas, a Palavra de Deus dΓ‘ um grande valor ao corpo: 1) O corpo Γ© santuΓ‘rio de Deus (1 Co 6:19,20); 2) O corpo Γ© instrumento de adoração (Rm 12:1); 3) Devemos glorificar a Deus no e atravΓ©s do corpo; 4) O corpo serΓ‘ glorificado (Rm 8:11).
A prevalΓͺncia universal da enfermidade – A doenΓ§a estΓ‘ em toda parte: paΓ­ses ricos e pobres, frios e quentes. Velhos e jovens adoecem e morrem em todo o mundo. A graΓ§a de Deus nΓ£o mantΓ©m os crentes fora do alcance da doenΓ§a. Reis e sΓΊditos, ricos e pobres, doutores e analfabetos, mΓ©dicos e pacientes caem igualmente diante desse grande inimigo. NΓ£o hΓ‘ portas ou trancas que possam manter a doenΓ§a e a morte do lado de fora. A ciΓͺncia mΓ©dica pode prolongar a vida, mas nΓ£o eliminar a doenΓ§a e matar a morte.
I. UMA VISÃO HISTÓRICA DA ENFERMIDADE E DA CURA
A BΓ­blia como um manual de medicina preventiva – As leis cerimoniais suplantavam em termos profilΓ‘ticos a medicina mais avanΓ§ada da Γ©poca (Ex 15:26). A circuncisΓ£o – Γ© um dos meios mais importantes para se evitar o cΓ’ncer de colo de ΓΊtero. O isolamento do leproso – foi um tremendo avanΓ§o para tratar a questΓ£o da lepra, a mais temida enfermidade dos sΓ©culos antigos. Nem mesmo a peste negra no sΓ©culo XIII e XIV que matou 1/3 da Europa ou o aparecimento da SΓ­filis nos fins do sΓ©culo XV produziu tal pavor. A lepra foi um terror nos sΓ©culos VI e VII e atingiu seu pico aterrador nos sΓ©culos XIII e XIV. A lepra foi vencida quando os mΓ©dicos voltaram-se para o princΓ­pio de LevΓ­tico 13:46. O livro de LevΓ­tico Γ© um Manual de Medicina Preventiva, mais avanΓ§ado que os mais modernos manuais de medicina da Γ©poca de MoisΓ©s.
O desenvolvimento do tema enfermidade-cura na histΓ³ria – AtΓ© a RenascenΓ§a, a medicina era “Γ  beira-do-leito”. A partir daΓ­, o corpo passou a ser dissecado, detalhado. Surgiu, entΓ£o, a medicina tecnolΓ³gica. A Revolução Industrial, criando os grandes centros urbanos, propiciou a proliferação do atendimento hospitalar. A medicina deixava de ser “Γ  beira-do-leito” para ser “medicina-de-massa”, despersonalizada, impessoal, coletiva. O paciente deixava de ser uma pessoa que padecia, para ser “um caso”, um Γ³rgΓ£o doente. Era a medicina organicista que surgia.
II. UMA VISÃO TEOLÓGICA DA ENFERMIDADE E DA CURA
1. Os perΓ­odos da histΓ³ria – Alan Pierrat menciona quatro perΓ­odos distintos: 1) PerΓ­odo apostΓ³lico – Os crentes acreditavam nos milagres e eles aconteciam; 2) O perΓ­odo medieval – Acreditavam nos milagres do passado e divulgavam falsos milagres; 3) O perΓ­odo da Reforma – Acreditavam nos milagres do passado, mas nΓ£o na contemporaneidade dos milagres; 4) PerΓ­odo contemporΓ’neo – Acreditam nos milagres do passado e divulgam milagres abundantes no presente (doenΓ§as funcionais, mas nΓ£o orgΓ’nicas).
2. A teologia da Prosperidade – Desde os anos 1980 duas correntes se destacaram: De um lado os defensores da saΓΊde e riqueza, com a teologia da prosperidade e confissΓ£o positiva: Paul Yong Cho, Morris Cerullo, Kenneth Hagin, Marilyn Hickey, Benny Hinn sΓ£o seus mais conhecidos representantes. O segundo grupo tem sido chamado de Movimento de Sinais e Maravilhas ou Terceira Onda com Jack Deere, Wayne Gredem, John Wimber e Peter Wagner. Hoje, porΓ©m, hΓ‘ muitos embustes. Muitos truques. HΓ‘ muitas declaraçáes de cura que nunca aconteceram. HΓ‘ um sensacionalismo e holofotes nos chamados operadores de cura. HΓ‘ uma forte propaganda de cura e um intenso comΓ©rcio do sagrado. Principais pontos de vista: 1) “NΓ³s, como cristΓ£os, nΓ£o precisamos sofrer revezes financeiros, nΓ£o precisamos ser cativos de pobreza ou da enfermidade” – Hagin; 2) Por que os crentes adoecem? a) Falta de fΓ©; b) desconhecerem seus direitos; c) NΓ£o pedem ajuda; d) Pecado nΓ£o confessado; e) Deixar de expulsar SatanΓ‘s; 3) Γ‰ errado procurar um mΓ©dico, sob quaisquer circunstΓ’ncias. Aqueles que apelam para um mΓ©dico, que sΓ£o internados em hospitais, demonstram uma falta de fΓ© que desonra a Deus – R. R. Soares.
3. Heresias sobre cura divina pregadas pela Teologia da Prosperidade – 1) Porque Deus deseja que os cristΓ£os desfrutem de suas bΓͺnçãos, enfermidade mostra que vocΓͺ estΓ‘ fora da vontade de Deus; 2) O pecado Γ© a causa da enfermidade, portanto, vocΓͺ deve resistir a enfermidade, como resiste ao pecado; 3) Desde que Cristo morreu pelas suas enfermidades, como morreu pelos seus pecados, vocΓͺ deve ficar livre de ambos; 4) Se vocΓͺ tem fΓ© o suficiente, vocΓͺ pode ser curado; 5) O que vocΓͺ confessa Γ© o que vocΓͺ possui, entΓ£o confesse a sua doenΓ§a e vocΓͺ estarΓ‘ enfermo, confesse a sua cura e vocΓͺ ficarΓ‘ curado; 6) Toda adversidade vem de SatanΓ‘s, entΓ£o, a doenΓ§a como SatanΓ‘s, devem ser repreendida; 7) Desde que Cristo e os apΓ³stolos curaram em seus dias, os cristΓ£os podem curar de igual forma hoje; 8) Desde que a doenΓ§a procede de SatanΓ‘s, nada de bom pode vir da doenΓ§a; 9) Desde que Deus deseja ver vocΓͺ bem, vocΓͺ jamais deve orar: Seja feita a tua vontade para oração de cura; 10) Desde que o pecado Γ© a causa da enfermidade, entΓ£o vocΓͺ doente estΓ‘ em pecado; 11) Deus tem curado vocΓͺ, mas o diabo nΓ£o deixa os sintomas da doenΓ§a sair.
4. O contraste entre os ensinos de Benny Hinn e a BΓ­blia sobre cura – 1) Hinn nΓ£o ora: “Seja feita a tua vontade”, Cristo orou “Pai nΓ£o seja a minha, mas a tua vontade” (Lc 22:42); 2) Hinn afirma que Γ© da vontade de Deus curar sempre, mas a BΓ­blia diz que alguns santos jamais foram curados; 3) Hinn diz que podemos dar ordens para Deus curar, enquanto a BΓ­blia nos ensina a pedir; 4) Hinn ensina que o milagre divino da cura Γ© gradual, mas as curas bΓ­blicas aconteceram instantaneamente; 5) Hinn ensina que a fΓ© Γ© essencial para a cura, mas a BΓ­blia diz que as vezes, a pessoa curada nΓ£o exercia a fΓ©; 6) Hinn ensina que primeiro precisamos fazer a nossa parte para sermos curados, a BΓ­blia diz que Deus Γ© soberano; 7) Hinn acredita que um crente nΓ£o deve ficar doente, mas a BΓ­blia diz que pode e atΓ© vir a morrer; 8) Hinn ensina que o diabo pode roubar a cura divina e nΓ£o permitir que os sintomas desapareΓ§am. A BΓ­blia nos fala de curas instantΓ’neas e definitivas.
5. As curas miraculosas eram caracterizadas por marcas distintas – 1) Eram curas imediatas; 2) Eram curas realizadas via de regra em pΓΊblico; 3) Eram curas que aconteciam em lugares ordinΓ‘rios e via de regra sem ocasiΓ΅es planejadas; 4) Eram curas que incluΓ­am doenΓ§as incurΓ‘veis pela medicina da Γ©poca: lepra, cegueira, surdez, paralΓ­ticos; 5) Eram curas completas e irreversΓ­veis; 6) Eram curas inegΓ‘veis atΓ© mesmo pelos cΓ©ticos.
6. Posiçáes extremadas sobre enfermidade e cura – 1) o diabo Γ© o protagonista de todas as enfermidades; 2) Toda enfermidade Γ© consequΓͺncia de algum pecado nΓ£o confessado; 3) A expiação inclui tanto o pecado como a enfermidade. Como somos salvos por meio da cruz, devemos ser tambΓ©m curados por meio da cruz; 4) Se a enfermidade Γ© obra de SatanΓ‘s, devemos rejeitΓ‘-la como rejeitamos o pecado. Quem estΓ‘ doente estΓ‘ em pecado; 5) NΓ£o devemos orar pela cura, dizendo: “Se for da tua vontade”; 6) Γ‰ da vontade de Deus curar sempre; 7) A falta de fΓ© e o pecado sΓ£o a ΓΊnica causa que inibe a cura; 8) Deus nΓ£o cura mais hoje. Agora ele nΓ£o Γ© mais O EU SOU, mas O EU ERA (Jesus e Marta); 9) Os dons cessaram.
7. A equivocada interpretação de ver a expiação (IsaΓ­as 53; 1 Pedro 2:24) pela enfermidade no tempo presente – 1) O nosso corpo Γ© corruptΓ­vel, ele irΓ‘ se degenerar atΓ© morrermos (Rm 8:23; 1 Co 15:50-54; 2) Cristo morreu pelos nossos pecados (Jo 1:29; 1 Co 15:3); 3) Cristo foi feito pecado e nΓ£o doenΓ§a (2 Co 5:21); 4) Cristo perdoou os nossos pecados e nΓ£o as nossas doenΓ§as (1 Jo 2:12); 5) Cristo deu-se a si mesmo pelos nossos pecados e nΓ£o por nossas doenΓ§as (Gl 1:3-4); 6) A BΓ­blia diz que se uma pessoa Γ© verdadeiramente salva, ela nΓ£o pode perder a salvação. Se a cura fΓ­sica imediata estΓ‘ incluΓ­da na expiação, entΓ£o, nΓ£o poderΓ­amos ficar doentes nem morrer. Mas a BΓ­blia diz que ao homem estΓ‘ ordenado morrer; 7) Como verdadeiros crentes somos assegurados da nossa salvação eterna, mas nΓ£o da nossa saΓΊde fΓ­sica; 8) Se a cura imediata estΓ‘ incluΓ­da na expiação e se ela aplica-se ao fΓ­sico, aqueles que pedem pela fΓ© a cura nΓ£o sΓ£o curados devem tambΓ©m ter dΓΊvidas quanto ao perdΓ£o de seus pecados e de sua salvação; 9) Se a cura do corpo estΓ‘ incluΓ­da na expiação, entΓ£o, assim como a salvação Γ© eterna, deverΓ­amos ter corpos imortais; 10) Tanto o eunuco como Filipe entenderam que IsaΓ­as 53 trata da questΓ£o do pecado e nΓ£o da questΓ£o da enfermidade (Atos 8:28,32-33); 11) Tanto IsaΓ­as quanto Pedro estΓ£o falando da expiação do pecado e nΓ£o da enfermidade. O texto de Pedro explana 5 elementos da salvação: a) O fato da salvação v. 24a; b) os propΓ³sitos da salvação v. 24b; c) os meios da salvação – v. 25a; d) A necessidade da salvação v. 25b; e) O resultado da salvação – v. 15b; 12) ConclusΓ£o: A cura estΓ‘ incluΓ­da na expiação, mas nΓ£o para o tempo presente. SΓ³ no cΓ©u as lΓ‘grimas, a dor, e a morte vΓ£o passar (Ap 21:4).
III. AS CAUSAS DA ENFERMIDADES
1.O pecado original – Rm 5:12
2.O pecado pessoal nΓ£o confessado – Tg 5:14-16; Jo 5:14; 1 Co 11:30; Sl 32 e 38
3.IngerΓͺncia de SatanΓ‘s – JΓ³ 1 e 2; Lc 13
4.DesobediΓͺncia aos mandamentos de Deus – Ex 15:26; Dt 28 – Os mandamentos de Deus na lei (sobre circuncisΓ£o, lepra, higiene, gorduras).
5.InobservΓ’ncia das leis naturais de Deus – higiene, cuidado com o corpo, alimentos, sono, etc
6.Problemas naturais – CatΓ‘strofes, acidentes, terremotos, enchentes
7.Epidemias – dengue, etc
8.VΓ­cios e vida desregrada – Γ‘lcool, fumo, drogas, sexo irresponsΓ‘vel, ansiedade
9.Castigo de Deus – Dt 28
10.Manifestar a glΓ³ria de Deus – JoΓ£o 9 e 11
IV. AS ENFERMIDADES PSICOSSOMÁTICAS E HAMARTIAGÊNICAS
1.A origem da medicina psicossomΓ‘tica – Esse termo foi cunhado em 1818. Essa medicina vΓͺ o homem como uma unidade que sente e sofre de maneira global.
Pv 12:25 – A ansiedade no coração do homem o abate, mas a boa palavra o alegra
Pv 15:13 – O coração alegre aformoseia o rosto, mas com a tristeza do coração o espΓ­rito se abate
Pv 17:22 – O coração alegre Γ© bom remΓ©dio, mas o espΓ­rito abatido faz secar os ossos.
Pv 18:14 – O espΓ­rito firme sustΓ©m o homem na sua doenΓ§a, mas o espΓ­rito abatido quem o pode suportar?
2.DoenΓ§as harmartiagΓͺnicas – SΓ£o doenΓ§as produzidas pelo pecado nΓ£o confessado
1 Co 11:30 – Eis a razΓ£o por que hΓ‘ entre vΓ³s muitos fracos e doentes e nΓ£o poucos que dormem.
Tg 5:16 – Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros para serdes curados.
Sl 32:3,4 – Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia… o meu vigor se tornou em sequidΓ£o de estio.
Sl 38:3,7,8,10 – NΓ£o hΓ‘ parte sΓ£ na minha carne… nΓ£o hΓ‘ saΓΊde nos meus ossos, por causa do meu pecado. Ardem-me os lombos, e nΓ£o hΓ‘ parte sΓ£ na minha carne. Estou aflito e mui quebrantado; dou gemidos por efeito do desassossego do meu coração. Bate-me excitado o coração, faltam-me as forΓ§as, e a luz dos meus olhos, essa mesma jΓ‘ nΓ£o estΓ‘ comigo.
3.Mente transtornada, corpo doente – A paz nΓ£o vem em comprimidos. Uma mente transtornada desemboca em distΓΊrbios no sistema digestivo, no sistema circulatΓ³rio, no sistema nervoso.
O problema nΓ£o Γ© fundamentalmente sua comida, mas a preocupação que devora vocΓͺ.
O alto preΓ§o da vinganΓ§a – quem nΓ£o perdoa nΓ£o tem paz e adoece – “No momento em que comeΓ§o odiar um homem, torno-me seu escravo. O homem que odeio me acompanha onde vou. O homem que odeio nΓ£o me permite saborear a comida, nΓ£o me permite dormir. Minha cama Γ© uma tortura. Realmente devo entender que sou um escravo do homem sobre quem recaiu o meu Γ³dio.”
4.Vida desregrada, corpo doente – Os vΓ­cios produzem doenΓ§as.
O Γ‘lcool Γ© um assaltante de milhΓ΅es de cΓ©rebros, responsΓ‘vel por 50% dos acidentes.
HÑ doença coronÑria e cÒncer em cada maço de cigarro.
A cegueira pela gonorrΓ©ia.
VÑrias doenças físicas e mentais pela sífilis. Com a invenção de penicilina na década de 1940 parecia que as doenças venéreas iriam recuar, mas isso não aconteceu em todos os países. As doenças sexualmente transmissíveis destroem milháes de pessoas em todo o mundo (1 Co 6:18; Rm 1:24,26,28).
A AIDS Γ© hoje uma pandemia. O preservativo ao mesmo tempo que tenta evitar as consequΓͺncias, estimula a prΓ‘tica da causa. O degradação da vida sexual sΓ£o a causa de doenΓ§as terrΓ­veis no corpo, nas emoçáes e na alma.
V. OS PROPΓ“SITOS DA ENFERMIDADE
1.A enfermidade em si mesma Γ© um mal, mas Deus pode transformΓ‘-la em bem para cumprir os seus propΓ³sitos – JoΓ£o 9 e JoΓ£o 11; 1 Sm 1:5,6; Rm 8:28. Na doenΓ§a Deus grita conosco (C.S.Lewis).
2.A doença ajuda os homens a lembrarem-se da morte
A maioria das pessoas vive como se nΓ£o fosse morrer. Eles vivem como se a terra fosse o seu lar eterno. Planejam e projetam para o futuro, como o rico insensato como se tivessem uma apΓ³lice vitalΓ­cia de vida e nunca tivessem que prestar contas. Uma doenΓ§a grave, Γ s vezes, faz muito para que este engano seja desfeito. “Poe em ordem a tua casa, porque morrerΓ‘s e nΓ£o viverΓ‘s”.
3.A doença faz com que os homens pensem seriamente sobre Deus, suas almas e a eternidade
A maior parte das pessoas, em seus dias de saΓΊde, nΓ£o encontram tempo para tais pensamentos. NΓ£o gostam deles, acham estes assuntos desagradΓ‘veis. Entretanto, Γ s vezes, uma doenΓ§a sΓ©ria tem o marilhoso poder de reunir e unir tias pensamentos, e de trazΓͺ-los diante dos olhos da alma de uma homem. Exemplo: Dona Tereza, mΓ£e de Isabel em BraganΓ§a Paulista.
5.A doença ajuda a amolecer o coração dos homens e lhes ensina a sabedoria
O coração natural Γ© duro como a pedra. Ele nΓ£o nenhuma alegria que nΓ£o seja desta vida. Uma enfermidade corrige isso. Exemplo: John Rockfeller – O homem de negΓ³cios descobre que o dinheiro nΓ£o satisfaz. A mulher mundana descobre que as roupas caras e os comentΓ‘rios sobre bailes e diversΓ΅es sΓ£o pΓ©ssimos consolados quando se estΓ‘ num quarto de hospital.
6.A doença ajuda-nos a nos equilibrar e a nos humilhar
Poucos estΓ£o isentos do virus maldito da vaidade e do orgulho. Muitos de nΓ³s sΓ£o como o fariseu: “NΓ£o sou como os demais homens”. O leito da enfermidade Γ© um poderoso domador de tais pensamentos. Ela nos impΓ΅e a grande verdade de que somos todos pobres vermes e que habitamos em casas de barro, e somos esmagados como a traΓ§a (JΓ³ 4:19).
7.A doença ajuda a testar a autenticidade da religião dos homens
Muitos credos parecem bons enquanto as Γ‘guas da saΓΊde sΓ£o suaves, mas revelam-se absolutamente falsos e inΓΊteis nas ondas cruΓ©is de uma cama de hospital. Somente com Cristo podemos atravessar seguros o vale da sombra da morte.
8.Nem todos são beneficiados pela doença
Milhares são prostrados anualmente pela doença e restaurados à saúde e voltam novamente para o pecado. Ano após ano muitos passam da doença para a sepultura sem deixarem seus pecados e sem se voltarem para Deus. Contudo, milhares de pessoas são quebrantadas, arrependem-se, humilham-se, e se voltam para Deus e são salvas.
9.Obrigaçáes especiais impostas pela doença
A de viver constantemente preparado para encontrar-se com Deus
A de viver constantemente em prontidΓ£o para suportΓ‘-la com paciΓͺncia
A de constante prontidão para ajudar os nossos semelhantes a enfrentarem a doença.
VI. A MEDICINA HUMANA E A MEDICINA DE DEUS
1.A medicina de Deus
Vemos vΓ‘rios casos de cura miraculosa no Velho Testamento. Chamamos cura miraculosa, porque em ΓΊltima instΓ’ncia toda cura Γ© divina (Sl 103:3). O Senhor curou Sara, Rebeca, Raquel, Ana, Ezequias, NaamΓ£.
Jesus curou muitas pessoas, usando variados mΓ©todos: Cristo tocou (Mt 8:15); falou (Jo 5:8-9); usou cuspe (Mt 8:22-26); ungiu com lodo e saliva (Jo 9:6).
Os apΓ³stolos foram usados por Deus para curar os enfermos. Pedro curou o paralΓ­tico no templo, Paulo curou o coxo em Listra.
Deus cura sem os meios, com os meios, e apesar dos meios, mas, Γ s vezes, Deus resolve nΓ£o curar. Exemplo: Eliseu (2 Rs 13:14), TimΓ³teo (1 Tm 5:23), TrΓ³fimo (2 Tm 4:20), Epafrodito (Fp 2:25-27), Paulo (2 Co 12:7).
2.A medicina humana
Deus cura atravΓ©s dos meios. O plano de Deus inclui tanto a medicina humana como a divina. Exemplo: A cura do rei Ezequias. HΓ‘ lugar para a prevenção e para a cura. HΓ‘ lugar tanto para a oração da fΓ© quanto para a terapΓͺutica do remΓ©dio. HΓ‘ lugar tanto para o relΓ³gio de Acaz quanto para a pasta de figos. HΓ‘ lugar tanto para a ação sobrenatural de Deus quanto para a ação natural do conhecimento humano. A medicina nΓ£o age Γ  parte de Deus, mas como instrumento de Deus. Entre a morte e a vida existe uma pedra que precisa ser removida e Jesus manda que os homens a removam!
CONCLUSÃO
A igreja precisa de voltar-se para a Palavra e examinar esse momento assunto à luz das Escrituras. Não podemos bandear para o extremos perigoso daqueles que dizem que Deus não cura mais hoje, nem cair na rede enganosa daqueles que fazem promessas mentirosas de que Deus vai curar a todos indistintamente. Ambas as posiçáes não possuem amparo nas Escrituras. Fiquemos com a verdade, ainda que ela não pareça tão popular!

Autor: Reverendo Hernandes Dias Lopes.

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