OLHE COM
MISERICÓRDIA

– Obadias 12-13




- Misericórdia é artigo raro e precioso na história da humanidade.

- Misericórdia é o sentimento de que a situação que advém sobre alguém é demasiadamente pesada para ele. É fruto do amor. Quando o amor é asfixiado a tendência é o prevalecimento da crueldade, que é o antônimo da misericórdia. O cristão é misericordioso por natureza.

- Na televisão multiplicam-se os exemplos de falta de misericórdia: o juiz americano que é afastado porque condenava maltratadores de criancinhas e ele mesmo espancava sua filha, repetidas vezes, com cinto; as empregadas curadoras que espancam idosos quando não tem ninguém os vendo; grupos de jovens que queimam mendigos na rua; traficantes que cortam os dedos e atiram nas mãos dos menores que roubam algo que não foi do seu agrado, etc. Propagadora e exploradora de desgraças, a mídia afirma apenas mostrar o mundo. Mentira.

- É uma retroalimentação: a sociedade está doente, a mídia explora, expõe, enfatiza e adoece mais ainda a sociedade. Basta ir para as cidades interioranas com pouco mídia e ver como as crianças obedecem bem mais aos pais.

- Frases como: “Tem que morrer mesmo”; “Bem-feito”; “Tem que apodrecer na cadeia”, são frases que expressam bem o sentimento de crueldade que perpassa em uma sociedade endurecida, adoecida e empobrecida. São frases que nunca vimos nos lábios de Jesus. Não cabem bem nos lábios de um cristão.

- Voltando-se para o livro de Obadias, observa-se, neste livro, a condenação da falta de misericórdia.

- O nome Obadias significa
“Servo de Jah” com sua profecia organizada em 21 versículos. Uma tradição talmúdica, conhecida por Jerônimo, identifica o autor com um mordomo de Acabe (1Rs 18.3-16), mas não há base para tal afirmação.

- Obadias sintetiza a história da relação entre Edom e Israel apontando para o Dia do Senhor. É o livro mais curto do Antigo Testamento e não se pode precisar sua data com certeza.

- A profecia de Obadias se dirige contra Edom, inimigo histórico de Israel (1). Edom, descendente de Esaú (Gn 25.30), em constante guerra com Israel. Atingiu seu ápice de repulsa quando após a invasão babilônica aproveitou-se para saquear fazendas e o mais que restara de Israel.

- Edom era pequeno (2), mas soberbo (3), por isso será derrubado (4-9). Na época de Obadias, a invasão dos edomitas pelos árabes já havia começado, mas apenas no século V a.C. que a capital caiu em suas mãos (7). Doutra feita, o mesmo Nabucodonozor que invadiu Jerusalém, tomou Edom em 581 a.C. Temã (9) era nome de um descendente de Esaú (Gn 36.11) que também era usado para a nação. Deus faz um paralelo do relacionamento de Jacó e Esaú com o de Israel e Edom.

- Deus condena o saque feito por Edom no dia em que Israel caiu (11-14). Edom se alegrara com a destruição de Jerusalém (12), o que não deveria ter sido feito (13-14).

- Obadias recorre ao dia do Senhor (15, yôm yehõwâh). É o dia do julgamento. Todos os “dias do Senhor” são prenúncio do grande julgamento final (Sf 1.7). Deus julgará Edom e restaurará Israel (15-19).

- Há uma profecia messiânica tratando do livramento que traria Jesus em sua entrada em Sião (17). As fronteiras norte (campos de Efraim), sul (monte de Esaú), leste (Gileade) e oeste (Filístia) serão restauradas à Israel (19). “Salvadores” era uma palavra aplicada aos servos do Messias, pelos judeus (21). Após os julgamentos, no julgamento final o reino será consumado. Em Cristo, os crentes julgarão as nações.

- Nos versos 12 e 13, Deus condena o regozijo de Edom pela derrota de Judá diante do cativeiro ao qual seria levada. Inimigo histórico de Israel, Edom estava feliz e, até mesmo aproveitara-se para matar os restantes de Israel. Deus condena esta atitude e diz que, futuramente, Edom sofrerá o mesmo castigo.

Edom deveria ter olhado para Israel com misericórdia e nós também de vemos olhar.

I. Olhe com misericórdia, porque a maneira como você olha evidencia o coração que você tem.

- Deus diz a Edom que ele tem um coração soberbo (3). Achava que Israel merecia o que estava passando e que ele mesmo (Edom), nunca seria derribado.

- Deus diz em Oséias que quer misericórdia e não sacrifícios (Os 6.6). O sacrifício é vazio sem o exercício da misericórdia, pois pode ser feito apenas ritualisticamente.

- A misericórdia é a evidência de que o sacrifício atingiu o centro do coração do ofertante, pois ele evidenciou o amor ao próximo. A maior prova de amor foi a misericórdia que conduziu ao sacrifício da própria vida de Cristo. Por isso os sacrifícios nos dias de Oséias são condenados. Eram dissociados da vida.

- Na parte final do livro, Oséias declara que serão oferecidos a Deus como bezerros os sacrifícios dos lábios (Os 14.2). Por que? Pois o sacrifícios dos lábios são sacrifícios de louvor (Hb 13.15), fruto dos lábios que confessam Seu nome. O louvor é fruto de uma vida na presença de Deus que reconhece os benefícios que Ele lhe tem dado e retribui-O em agradecimento.

- A falta de misericórdia é evidência da altivez e soberba. Seja mais simples e lembre-se: Deus resiste ao soberbo (Tg 4.6). Muitas vezes parece que tudo está retido na vida pois você tem sido achado lutando contra Deus por sua soberba expressa na falta de misericórdia.

II. Olhe com misericórdia, porque a forma como você olha seu próximo evidencia o quanto você conhece Deus na prática.

- Deus diz: “Em Edom não há entendimento” (7). Edom não servia Deus. Esaú, seu fundador e antepassado conheceu Deus, porém suas gerações que lhe sucederam, não. João diz que se andamos na luz não devemos aborrecer nosso irmão (1Jo 2.9).

- A misericórdia caminha junto com o discernimento e a justiça de Deus.

- Ser misericordioso não é ser complacente, mas é não querer que aquela carga insuportável esteja sobre aquele indivíduo. Entretanto, há coisas que são fruto do pecado.

- Não podemos confundir misericórdia com sentimentalismo exacerbado, como o povo brasileiro costuma fazer tanto.

- As misericórdias não têm fim (Lm 3.22-23). Estão lá. Elas não acabem, mas elas cessam. Ainda estão lá, mas podem deixar de ser derramadas pelo pecado que faz separação entre nós e Deus (Is 59.1-2).

- Deus avisou Israel para deixar a idolatria, repetidas vezes, por diversos profetas. Israel insistiu na idolatria. As misericórdias pararam, pois o pecado de Israel o separou de Deus: Israel foi em cativeiro.

- Precisamos entender que o sentimento da misericórdia não está dissociado da justiça divina. Quem nos ajudará será o discernimento. Era a forma como Jesus Se relacionava com os fariseus.

III. Olhe com misericórdia, porque olhando com misericórdia você expulsa o vírus da violência.Edom fez violência a Jacó (10).

- Quando Judá fugia, Edom se aproveitou e matou alguns (14).

- A violência concretiza-se por causa da fuga da misericórdia. É o que Deus disse a Caim: “O pecado jaz à porta, e para ti serás o seu desejo, e sobre ele dominarás” (Gn 4.7. O pecado nos espreita, mas precisamos vencê-lo pela misericórdia. Só venceremos e mortificaremos o pecado da carne se andarmos em Espírito (Gl 5.16-22).

- Como vou alimentar a carne para ter misericórdia: lendo a palavra, meditando, orando e andando com pessoas misericordiosas.

IV. Olhe com misericórdia porque você também pode precisar da misericórdia do seu irmão. É a ênfase que Deus dá no texto, ensinando Edom (15).

- Edom deveria ter exercido a misericórdia, pois ele também precisará da misericórdia de Judá futuramente.

- Os irmão de José não tiveram misericórdia dele, mas depois precisaram da misericórdia de José. José colheu os frutos de seu coração misericordioso, ajudando pessoas benevolamente sendo colocado como grande no Egito.

- Colhemos o fruto da semente na natureza da semente que plantamos. Se colhemos misericórdia, plantaremos misericórdia no futuro. Se colhemos crueldade, assim colheremos.

Concluímos com Tiago:

- Olhe com misericórdia, pois o juízo será sem misericórdia para com os que não tiveram misericórdia (Tg 2.13) e como Mateus: “Bem-aventurados os misericordiosos, pois eles alcançarão misericórdia” (Mt 5.7).

AUTOR: Pr. Henrique Araujo






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