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Quando Deus
não responde as orações
- O texto de Lucas 18.9-14 conta a parábola do fariseu e do publicano. Os dois foram ao mesmo templo, em uma mesma hora e com o mesmo propósito: orar. O resultado, porém, foi diferente.
- Deus ouviu a oração do publicano, mas não respondeu a oração do fariseu. Por quê?
1. Porque sua oração foi apenas um discurso retórico para exaltar suas próprias virtudes – vv. 11,12
- Orar não é proferir fórmulas bonitas, bem formuladas, ainda que regadas de lágrimas.
- Orar não é se exaltar e proclamar suas próprias virtudes.
- O fariseu não orou, ele fez um discurso eloqüente para se autopromover. Ele não orou, ele tocou trombetas.
Ele não orou, ele aplaudiu a si mesmo.
Ele não orou, ele fez cócegas no seu próprio ego.
Ele não orou, ele fez um solo do hino “Quão grande és tu” diante do espelho.
- Não existe nada mais abominável aos olhos de Deus do que o orgulho. Deus resiste aos soberbos.
- Lúcifer foi expulso do céu por causa do seu orgulho.
- A soberba precede à ruína.
- É impossível orar sem as vestes da humildade. Soberba e oração não podem habitar no mesmo coração ao mesmo tempo.
2. Porque sua oração não se dirigia precisamente a Deus – v.11
- Sua oração era voltada para si mesmo. Era dirigida ao plenário que estava ali concentrado.
- Deus era apenas uma moldura para realçar os seus feitos notáveis e a perfeição de suas ações.
- Deus era apenas um trampolim para ele alcançar a notoriedade pública e a admiração do povo.
- Ele agradece a Deus não as suas dádivas, mas suas virtudes próprias.
- A oração do fariseu estava empapuçada de orgulho, recheada de vaidade, entupida de soberba.
- O fariseu estava tão cheio de si mesmo que ele não conseguia ver a Deus nem amar o próximo.
- A oração do fariseu não foi dirigida ao céu, mas às profundezas da sua própria vaidade.
- Ele não falou com o Deus supremo que está no trono do universo, mas dirigiu-se ao seu próprio eu, encastelado na torre da soberba mais tresloucada.
3. Porque sua oração estava fora do princípio de Deus
a. Pela sua posição – v. 11.
- Ele orou de pé, em lugar elevado, à vista de todos. Não é a posição física, mas é sua altivez diante de Deus e do próximo.
- Ele se colocou de pé para melhor sobressair a sua pessoa e os seus decantados méritos.
Ele orou perto do altar, o lugar do sacerdote.
Ele buscava as luzes do palco.
Ele queria que os holofotes estivessem com o seu feixe de luz concentrado nele.
b. Pelas palavras – vv. 11,12.
- Engenhosamente, ele escolhe palavras que melhor enfoquem as suas virtudes e tornem mais abominável e desprezível a pessoa dos outros.
- Avulta o pronome eu em igualdade ao nome de Deus e superior aos demais homens.
- Ele se considera o melhor de todos os crentes e vê as demais pessoas como ladrões, injustos e adúlteros.
c. Pelas intenções – vv. 9,10.
- O fariseu procura o templo no momento em que há muita gente.
Ele quer platéia. Quer destaque e evidência.
Ele entrou no templo para orar e não orou.
Ele se dirige a Deus como alguém auto-suficiente.
Ele entrou no santuário sem amor no coração pelo próximo, por isso, sem amor a Deus.
d. Pelos sentimentos – v. 11.
- Sua oração é uma peça de acusação leviana contra todos os homens e mais particularmente contra o humilde publicano.
- Olha para o próximo com desdém e desfere contra ele perversas acusações e caluniosas referências.
- O fariseu nada pediu. Ele tinha tudo e era tudo. Ele pensava ser quem não era. Ele era um megalomaníaco, uma pessoa adoecida pelo sentimento de auto-exaltação.
4. Porque sua oração não se baseava na misericórdia de Deus, mas na confiança própria – v. 14
- A base da sua oração não era a graça de Deus. Ele estava confiado não em Deus, mas em si mesmo.
- Ele ora não para se quebrantar, mas para exaltar-se.
- Podemos concluir que nenhum orgulhoso que menospreze seu semelhante pode prevalecer na oração.
“O fariseu entrou no templo cheio de nada e saiu vazio de tudo”.
- O texto bíblico conclui dizendo que o publicano e não o fariseu desceu para a sua casa justificado diante de Deus, porque todo aquele que se exaltar será humilhado, e todo aquele que se humilhar, será exaltado (Lc 18:14).
- Não há espaço para soberba diante de Deus, pois o Senhor declara guerra contra os soberbos.
- Ninguém pode orar verdadeiramente a não ser que tenha o coração quebrantado.
- Nenhuma oração prospera diante de Deus a não ser que o coração esteja vazio de vaidade e cheio de amor.
- Onde tem inveja, mágoa ou desprezo pelo próximo pode ter abundante religiosidade, mas não comunhão com Deus; pode ter pomposa encenação, mas não oração que chega aos céus.
Autor: Rev. Hernandes Dias Lopes
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