COMO O CRISTÃO
ENFRENTA
O SOFRIMENTO
2 cO 12.7-10
INTRODUÇÃO
- A vida é a professora mais implacável: primeiro dá a prova, e depois a lição.
- C. S. Lewis disse que “Deus sussurra em nossos prazeres e grita em nossas dores”.
- Como foi que Paulo enfrentou o sofrimento em sua vida?
- Ao falar sobre esse assunto, ele não foi um teórico, mas pôde dizer: “Eu trago no corpo as marcas de Cristo”.
- Paulo foi perseguido em Damasco, rejeitado em Jerusalém, esquecido em Tarso, apedrejado em Listra, açoitado em Filipos, escorraçado de Tessalônica e Beréia, chamado de tagarela em Atenas, impostor em Corinto.
- Paulo foi enfrentou feras em Éfeso, foi preso em Jerusalém, acusado em Cesaréia. Enfrentou um naufrágio na viagem para Roma, foi picado por uma cobra em Malta e preso e degolado na cidade dos césares.
- Paulo passou frio e fome. Foi açoitado com varas e enfrentou perigos em rios, desertos e mares.
- Paulo experimentou alegria no sofrimento: alegria apesar dos problemas (At 20.24); alegria apesar dos difamadores (2Tm 4.16); alegria apesar da morte (Fp 1.21).
- Em 2 Co 4.16-18, ele diz que as coisas espirituais estão acima das materiais; o futuro é melhor do que o presente; e o eterno mais importante do que o temporal. No texto lido Paulo fala sobre um sofrimento que muito atormentou: o espinho na carne.
Tudo nos faz crer que esse espinho na carne era um problema físico de deficiência visual. Paulo aprendeu não apenas a sobreviver às circunstâncias adversas, mas ainda a gloriar-se nelas e sair delas vitorioso. Há um grande contraste entre estas duas experiências de Paulo.
Ele foi do paraíso à dor, da glória ao sofrimento.
Ele experimentou a bênção de Deus no céu e bofetada de Satanás na terra. Paulo tinha ido ao céu, mas agora, aprendeu que o céu pode vir até ele.
Vejamos alguns pontos importantes destacados por Charles Stanley em seu livro Como lidar com o sofrimento?
I. Há um propósito divino em cada sofrimento (12.7)
• Há um propósito divino no sofrimento. No começo desta carta, Paulo diz no verso 3 que o nosso sofrimento e a nossa consolação são instrumentos usados por Deus para abençoar outras vidas. Na escola da vida Deus está nos preparando para sermos consoladores.
• Jó morreu sem jamais saber porque sofreu. Paulo rogou ao Senhor três vezes, antes de receber a resposta. O que Paulo aprendeu e que precisamos aprender é que quando Deus não remove “o espinho”, é porque tem uma razão. Deus não permite que soframos só por sofrer. Sempre há um propósito.
II. É possível que Deus resolva revelar-nos o propósito de nosso sofrimento – (12.7)
• No caso de Paulo, Deus decidiu revelar-lhe a razão de ser do “espinho”: evitar que o apóstolo ficasse orgulhoso. Quando Paulo orou nem perguntou por que estava sofrendo, apenas pediu a remoção do sofrimento.
• Não é raro Deus revelar as razões do sofrimento. Ele revelou a Moisés a razão porque não lhe seria permitido entrar na Terra Prometida. Disse a Josué porque ele e seu exército haviam sido derrotados em Ai.
• O nosso sofrimento tem por finalidade nos humilhar, nos aperfeiçoar, nos burilar e nos usar.
III. Deus nunca nos repreende se perguntarmos por que, ou se pedirmos que ele remova o sofrimento (12.8,9)
• Não há evidência de que Deus tenha repreendido Paulo pelo fato dele ter-lhe pedido que removesse o espinho. Deus entende nossa fraqueza.
Ele espera que clamemos quando estivermos passando por sofrimento.
Ele nos mandar lançar sobre ele toda a nossa ansiedade.
• Jó ergueu ao céu 16 vezes a pergunta: Por que?
Ele levantou sua queixa 34 vezes.
Ele espremeu sua ferida.
Ele gritou com toda a força da sua alma.
• Jesus no Getsêmani pediu a remoção da sua dor: “Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mt 26.39).
IV. O sofrimento pode ser um dom de Deus – (12.7)
• Temos a tendência de pensar que o sofrimento é algo que Deus faz contra nós e não por nós. Jacó disse: “Tendes-me privado de filhos; José já não existe, Simeão não está aqui, e ides levar a Benjamim! Todas estas cousas em sobrevêm” (Gn 42.36).
• O espinho de Paulo era uma dádiva, porque através desse incômodo, Deus protegeu Paulo daquilo que ele mais temia – ser desqualificado espiritualmente (1Co 9.27). Ele sabia que o orgulho destrói. Viu-o como algo que Deus fez a seu favor e não contra ele.
V. Satanás pode ser o agente do sofrimento – (12.7)
• Espere um pouco: é Satanás ou Deus quem está por trás do espinho na carne de Paulo? Como é que um mensageiro de Satanás pode cooperar para o bem de um servo de Deus? Parece uma contradição total. A inferência é que Deus usa os mensageiros de Satanás, na vida dos seus servos.
• Segundo o livro de Jó aprendemos sobre a soberania de Deus, de que até mesmo os esquemas satânicos podem ser usados em nosso benefício e no avanço do reino de Deus. O diabo intentou contra Jó, mas Deus o transformou em bênção para ele para milhões.
VI. Deus nos conforta em nossas adversidades – (12.9)
• A resposta que Deus deu a Paulo não era a que ele esperava nem a que ele queria, mas era a que ele precisava. Deus respondeu a Paulo que ele não o havia abandonado. Não sofria sozinho. Deus estava no controle da sua vida e operava nele com eficácia.
• Precisamos compreender que Deus está conosco. Que ele está no controle. Que ele é soberano, bom e fiel. Jó entendeu isso: “Eu sei que tudo podes e ninguém pode frustrar os teus desígnios”.
VII. A graça de Deus é suficiente nas horas de sofrimento – (12.9)
• Deus não deu a Paulo o que ele pediu, deu-lhe algo melhor, melhor que a própria vida, a sua graça. A graça de Deus é melhor que a vida; por ela enfrentamos o sofrimento vitoriosamente.
• O que é graça? É a provisão de Deus para cada uma das nossas necessidades. É o que Deus nos dá quando não merecemos. É suficiente graça, graça maior do que o nosso pecar. “Maravilhosa graça, maior que o meu pecar”.
• Se a graça de Deus foi suficiente para um homem que deixou família, amigos, a fim de plantar igrejas em ambientes hostis, que sofreu naufrágios, foi aprisionado, apedrejado, tenho plena certeza de que a graça divina é mais do que suficiente para qualquer dificuldade que eu venha a enfrentar.
VIII. Pode ser que Deus decida que é melhor não remover o sofrimento – (12.9)
• De todos, esse é o princípio mais difícil. Quantas vezes nós já pensamos e falamos: “Senhor por que estou sofrendo? Por que desse jeito? Por que até agora? Por que o Senhor ainda agiu?”
• Joni Eareckson ficou tetraplégica e numa cadeira de rodas dá testemunho de Jesus.
• Fanny Crosby ficou cega com 42 dias e morreu aos 92 anos sem jamais perder a doçura. Escreveu mais de 4 mil hinos.
• Dietrich Bonhoeffer foi enforcado no dia 9 de abril de 1945 numa prisão nazista.
• Se Deus não remover o sofrimento, ele nos assistirá em nossa fraqueza, nos consolará com sua graça e nos assistirá com seu poder.
IX. Nossa alegria não se baseia na natureza de nossas circunstâncias – (12.10)
• O que determina a vida de um indivíduo não é que lhe acontece, mas como reage. Não é o que as pessoas lhe fazem, mas como ele reage. Há pessoas que são infelizes tendo tudo; há outras que são felizes nada tendo. A felicidade não está fora de nós, mas dentro de nós.
• Há pessoas que pensam que a felicidade está nas coisas: casa, carro, trabalho, renda. Mas Paulo era feliz mesmo passando por toda sorte de adversidades. Ler 2 Coríntios 11.24-27). Mesmo passando por todas essas lutas, é capaz de afirmar:Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte (2Co 12.10).
O mesmo Paulo comenta na sua carta aos Filipenses:“Não estou dizendo isso, porque esteja necessitado, pois aprendi a adaptar-me a toda e qualquer circunstância. Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito ou passando necessidade” (Fp 4.10,11).
X. A chave para crescermos nos sofrimentos é vê-los em função do amor de Cristo – (12.10)
• Paulo não se considerava prisioneiro de César, mas de Cristo. Ele sofria por amor a Cristo. Sua razão de viver era glorificar a Cristo.
• O que importava era agradar a Cristo, servir a Cristo, tornar Cristo conhecido.
Jim Elliot, o missionário mártir entre os astecas disse: “Não é tolo perder o que não se reter, para ganhar o que não se pode perder”.
• Deus pode usar até o nosso sofrimento para sua glória. Paulo diz aos filipenses que as coisas que lhe aconteceram contribuíram para o progresso do evangelho: as lutas; a igreja estimulada, os santos na casa de César; as cartas.
CONCLUSÃO
Este nos ensina algumas lições práticas:
1) Deus é sábio para equilibrar em nossa vida fardos e bênçãos, sofrimento e glória;
2) Nem toda enfermidade é causada pelo pecado;
3) Há uma coisa pior do que a enfermidade, que é o pecado; e o pior de todos os pecados é a soberba;
4) Aflições físicas não necessariamente são impedimentos para fazermos a obra de Deus;
5) Nós podemos sempre descansar na Palavra de Deus.
FONTE: Rev. Hernandes Dias Lopes
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