A RADIOGRAFIA
DE UMA SOCIEDADE
DOENTE



Introdução


- O livro de Habacuque é o oitavo dos profetas menores. Ainda que o livro esteja distante de nós mais de 2.500 anos, sua mensagem é atual, relevante e impactante.

- Os tempos mudaram, mas o homem é o mesmo. Ele ainda é prisioneiro das mesmas ambições, dos mesmos pecados, das mesmas loucuras.

- Habacuque profetiza num tempo em que sua nação, o reino de Judá, estava à beira de um colapso. Porque retardou o seu arrependimento e não aprendeu com os erros de seus irmãos do Reino do Norte, que foram levados cativos pela Assíria em 722 a.C, entrariam inevitavelmente no caminho do juízo. O profeta Habacuque é informado que Deus usaria os babilônios (caldeus), mais ímpios ainda, como vara de julgamento para Judá.

- Ora, como pode o Deus santo e reto usar um instrumento vil para punir o próprio povo de Sua aliança? Este era o drama do profeta Habacuque.

- Em Habacuque 1.2-4 o profeta traça um perfil da sociedade doente de Judá. Seu diagnóstico é sombrio.

Veremos 5 marcas desta sociedade doente:

1) Uma sociedade doente é saturada de violência
(Hc 1.2) –

- A palavra “violência” é usada aqui para sumariar o tipo de mundo que o profeta estava observando.

- A violência em Judá tinha se infiltrado no palácio, nos tribunais, nos mercados e nas ruas.

- Ainda hoje, a violência cresce. Estamos vivendo numa sociedade sem Deus, sem princípios, sem justiça. Homens perversos e sanguinários agem ao arrepio da lei, desafiando o Estado de direito, semeando terror e insegurança.

- O narcotráfico se fortalece a cada dia, e já são, um poder paralelo, estimulando o vício, espalhando o crime e matando aqueles que se levantam para lhes impor resistência.

- Os homens de bem estão vivendo acuados, trancados em casa com fortes esquemas de segurança, enquanto bandidos vivem à solta espalhando ameaça e terror. Estes, mesmo que ainda presos, conseguem comandar o crime organizado de dentro dos presídios. As autoridades sentem-se impotentes, e a população, insegura. Portanto, a mensagem do profeta Habacuque é um mapa da situação contemporânea. Habacuque está vivo, e sua voz ainda ecoa!

2) Uma sociedade doente é marcada pelo domínio opressor dos fortes sobre os fracos (Hc 1.3)

- Habacuque viu a opressão prevalecer em Judá. Ele disse: “Por que [...] me fazes ver a opressão?…” (1.3).

- Opressão é o domínio truculento do forte sobre o fraco.

- Opressão é fruto de um sistema corrompido em que as forças do mal se juntam para roubar do pobre, para espoliar o fraco, negando-lhe o direito e amordaçando-lhe a voz.

- A iniqüidade e a opressão andavam de mãos atadas. Esses males não estavam apenas medrando nos bastidores, mas desfilando nas ruas.

“Os ricos fazem tudo pelos pobres, menos descer de suas costas”.
(Leon Tolstoi)

3) Uma sociedade doente é onde estão presente os sinais visíveis de destruição (1.3)

- O profeta prossegue: “…Pois a destruição e a violência estão diante de mim…”.

- A destruição dos valores, dos marcos, dos absolutos e dos princípios que regem a família, a igreja e a sociedade desembocam inevitavelmente em desastre.

- O caos da sociedade é resultado do abandono da lei de Deus. O povo tapou os ouvidos à voz de Deus. Trocaram o Deus Eterno para prostrar-se diante de ídolos mudos.

- A Palavra de Deus foi abandonada. Deixaram de praticar a justiça para entregar-se a toda sorte de violência e opressão, burlando as leis, corrompendo os tribunais, comprando juízes corruptos para esmagarem o pobre, espoliando seus bens.

4) Uma sociedade doente é marcada por relacionamentos quebrados (Hc 1.3)

Habacuque diagnostica dois graves problemas na área dos relacionamentos no meio do seu povo:

a) havia contendas entre as pessoas.

- O profeta diz: “[...] há contendas …” (Hc 1.3).

- Contenda é uma tensão relacional.

- É uma relação quebrada pela desavença.

- É uma disputa sem acordo.

- É um interesse egoísta que busca prevalecer sempre.

- É uma indisposição absoluta de caminhar na direção da reconciliação.

- Contenda é a incapacidade de olhar para a vida na perspectiva do outro, de pensar no bem do outro, de enxergar o direito do outro e de perdoar o outro.

b) Havia litígio entre as pessoas.

- Habacuque conclui: “… e o litígio suscita” (Hc 1.3).

- A sociedade de Judá estava dividida por várias facções, e esses diferentes grupos devoravam uns aos outros.

- Esses litígios provocavam distúrbios na sociedade, enfraqueciam a família e minavam a vida doméstica, política e religiosa da nação.

- O povo não só suscitava contendas, mas não encontrava caminho de solução senão perante os magistrados.

- O clima entre as pessoas era de guerra, de competição. Nesses litígios, os fortes sempre prevaleciam sobre os fracos; os ricos sempre recebiam sentenças favoráveis sobre os pobres.

5) Uma sociedade doente é marcada por um poder judiciário impotente ou corrompido (Hc 1.4 b)

- Habacuque diz: “[...] a justiça nunca se manifesta…” (1.4).

- A justiça nos tribunais era uma piada, porquanto o dinheiro, e não a justiça, determinava o resultado dos julgamentos e os decretos dos reis.

- Esta não se manifestava por duas razões: por fraqueza dos magistrados ou por conveniência deles com os esquemas de opressão.

- Naquele tempo, Judá estava sendo governada por homens maus. Quando a liderança se corrompe, o povo geme.

- A certeza da impunidade é um poderoso estímulo para o transgressor. É esta a razão moral pela qual o crime deve ser punido. E é por isso que um cristão não se compactua com o mal. Ser conivente é estimular o erro.

- Naqueles dias, não havia mais verdade objetiva e final em Judá. Mera coincidência com nossos dias?

- O pragmatismo e o utilitarismo prevaleciam. Os injustos eram peritos no seu poder de enganar e roubar os justos e inocentes.

- Atentemos para o profeta Habacuque, pois sua voz cruza o tempo e o espaço, atravessa as fronteiras e chega até nós, uma sociedade enferma, que precisa urgentemente voltar ao Deus Eterno, Criador e Senhor de toda a História.


AUTOR: Pr. Marcelo de Oliveira
FONTE: http://www.davarelohim.com.br/a-radiografia-de-uma-sociedade-doente/

Bibliografia: Wiersbe, Warren. Comentário Expositivo. Geográfica Editora Lopes, Hernandes Dias. Habacuque. Ed. Hagnos
Coelho Filho, Isaltino Gomes. Habacuque: nosso contemporâneo



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